sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Polônia e Países Bálticos: pitadas



No trajeto de Praga à São Petersburgo, decidimos parar pelo menos um dia em cada país pelo caminho. Vi a Polônia passar pela janela do trem. Cracóvia deve ser bela sem chuva. Segui a recomendação de uma amiga-irmã e experimentamos suco de maçã com zubrowka, uma vodka cuja garrafa contém uma erva (um talo, na verdade) dos quais os bisões se alimentam. Gostamos tanto que resolvemos sortear uma entre os amigos.
Vilnius, capital da Lituânia, é uma bela cidadezinha habitada por top models e jogadoras de basquete. A segunda parte mais interessante é Uzupis, um país não oficial dentro de Vilnius, com constituição, hino, bandeira e tudo o mais que os artistas e/ou bêbados do lugar imaginaram desde 1997. O sol voltou e nos proporcionou um fim de tarde vermelho e memorável.
Na Letônia conhecemos Riga, mais bela que Vilnius, com igrejas monumentais com pontas douradas em seu centro medieval. Tive a impressão de que em Riga as pessoas são mais simpáticas do que a média no leste europeu, o que aliás não quer dizer muita coisa. A bebida local é black balsam, que supostamente Goethe chamou de "elixir da vida". Experimentamos pura e está mais para elixir paregórico. Misturada com sucos de frutas melhorou bastante.
Tálin, na Estônia, tem um centro histórico impressionante, com belas vistas dos telhados triangulares e detalhes dourados. Pessoas impossivelmente altas, brancas e loiras circulam pelas ruas de paralelepípedos gelados. Cansados de batatas e simplicidade, já abandonamos qualquer expectativa em relação à culinária local desde a Polônia. Vanna Talinn, a bebida local, é um remédio melhor do que o elixir da vida.
Para escapar da rotina de passear por cidadelas medievais magníficas e turísticas, fugimos para ver o mar Báltico e as redondezas da cidade. Acabamos em um bairro constituído por charmosos chalés de madeira, que nos lembraram os de Mosqueiro. As folhas secas caem e cobrem os gramados. As que restam nas árvores, iluminadas pelo sol grande e baixo, brilham vermelhas, amarelas e laranjas, tornando o mundo em um agradável filme em sépia.

2 comentários:

  1. Melhor coisa que tem é viajar parando pelo caminho.

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  2. Ei, Caramujos.

    A julgar pela recorrência entusiástica e minuciosa com que degustam seu tema predileto (o que prova, aliás, que o Malabiritas estava coberto de razão...), a impressão que fica é de que, depois de muitas e diversas, vocês confundiram tudo: os países passageiros a que se referem não foram vistos através da vidraça do trem, mas sim de outros vidros - de copos e garrafas.

    Confere?

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