sábado, 18 de setembro de 2010

Crônica de uma ilha louca



Acordamos muito tarde e engolimos pães, queijo feta e pasta de azeitonas, enquanto decidíamos qual direção seguir. Montamos em nosso quadriciclo azul e tomamos a rua A, rumo ao leste.
O som do vento que rompíamos misturava-se ao ruído do motor em seu limite máximo. O horizonte alternava-se entre o azul escuro do mar e a claridade árida das montanhas. O odor de madeira e flores era agradável, assim como os braços de Jane que a apertavam contra mim.
Jane e eu tínhamos muito em comum. Gostávamos de viajar e não nos importávamos em nos perder por aí ou até mesmo modificar subitamente um destino definido anteriormente. Por outro lado, a velocidade nas estradas provocava em nós sentimentos opostos. Em mim, deleite. Nela, horror. O confronto era inevitável. Eu maneirava, até perceber que sua cautela passava dos limites e a ignorava, mesmo sabendo no final do dia eu teria dores e inchaços na região da cintura.
Decidimos parar em Oia, um vilarejo cujas construções brancas formam um glacê sobre a ilha vulcânica. As casas, com bases quadradas ou retangulares e telhados arredondados, têm detalhes em azul escuro e amontoam-se umas sobre as outras, separadas por escadarias que tomam caminhos nada práticos, porém com ótimo efeito visual. Isto tudo é mentira, pensei. Estes escrotos não me enganam. Jane olhava bugigangas e assustou-se quando a tomei pelo braço e informei que partiríamos à praia.
Pedras brancas, areia negra. Montanhas vermelhas ao fundo. Água cristalina, salgada e fria. Flutuei e deixei de existir por alguns instantes. O sol baixava e tornava tudo ainda mais exuberante. Inclinei a cabeça e vi Jane. Sua roupa colorida contrastava com a pele branca e o anel que brilhava.
Fôramos felizes em Santorini. Só não sei se Bukowski é a leitura mais recomendável.

Luigi

5 comentários:

  1. Jane e Tarzan felizes em Santorini! Saudade dos tempos em que eu passava as tardes vendo o pôr-do-sol e passeando de pedalinho no Mar Egeu! Que alegria! Ah, Vovó Lily já estava aos prantos, que bom que deram notícias. Ela pediu de lembrança uma miniatura da Catedral de São Basílio, toda trabalhada em pedras preciosas. Mas não precisam se preocupar comigo, me contento com uma coleção de Matrioshkas!
    Счастливого пути!
    Delphina Irish

    ResponderExcluir
  2. meus queridos, que bom saber de vocês... mandem fotinhos com o Mar Egeu ao fundo... e a comida? que tal? vinhos? mariscos? preços?? quero saber tudo, saudades.

    Helena.

    ResponderExcluir
  3. Palhaçada...

    Vocês aí e eu morrendo de inveja aqui...às 5h30 trabalhando horrores...

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    bjs e aproveitem horrores!!!

    Danielle Redig

    ResponderExcluir
  4. Qué bueno poder seguirlos en su viaje.
    Reencontrarlos (?).
    Me gustan las crónicas que están escribiendo.

    Los acompaño en esta aventura.

    Con mucho cariño-

    Rena

    ResponderExcluir
  5. ahahahahahahah adorei a Jane hoooorrorizada no quadriciclo. Realmente, essa é uma dica de transporte nas ilhas gregas que não pode chegar aos ouvidos do Tito jamé! Me prometam não falar disso nem no tradicional jantar com fotos na tela de LCD (já em tempo de ser de plasma, favor).
    sMUUUUUUUUack!

    ResponderExcluir