quarta-feira, 24 de novembro de 2010

The show must go on (e o blog também) !

Para (re)começar, pensei em fazer três posts para falar dos países bálticos: Lituânia, Letônia e Estônia. Não o farei. Todos eles merecem a visita e merecerão uma revisita, mas quero mesmo é contar sobre a Lituânia. Ou melhor, sua capital, Vilnius.
E pensar que ela quase ficou de fora.

A primeira a entrar no nosso roteiro foi Tallinn, capital da Estônia, muito bem recomendada  pela também viajante mãe do Caramujo. Riga, na Letônia, concentra o maior número de prédios em Art Nouveau da Europa- para quem nasceu, cresce e vive em uma cidade marcada pela Belle Époque, a inclusão era óbvia. E o que teria a Lituânia a nos oferecer? Fui atrás para saber. 

Bastou ler uma pequena parte, do pequeno texto sobre Vilnius, no Lonely Planet para pensar: já quero!

"Where else could there be the world's only statue of psychedelic musician and composer Frank Zappa? Or a self-proclaimed, unofficial, independent republic inhabited by artists and dreaming bohemians? Where else is there the spirit of freedom and resistance that existed during Soviet occupation? There are reminders of loss and pain everywhere, from the horror of the KGB's torture cells to the ghetto in the centre of all this beauty where the Jewish community lived before their mass wartime slaughter. "


O dia chegou. Na verdade, a madrugada. Pegamos um táxi para o nosso albergue (o  Jimmy Jumps House) e aquela velha desconfiança mundial em taxistas... Achamos que fomos enganados. Lemos em vários fóruns que a viagem do aeroporto para o hostel dava X e, no final, deu X+X+X. Ok. Como diria um primo meu: quem sai de casa tá sujeito a tudo. E não é?

Para explorar a cidade nos juntamos à  Yellow Free tour e fomos parar no lugar mais esperado por mim: Uzupio (ou Uzupis).

  
Uzupis significa "do outro lado do rio". O rio, no caso, é o Vilnia- que, aos olhos de quem mora na Amazônia, tá mais para um dos nossos canais urbanos, mas de água cristalina.
  
Lá pelo tempo da Segunda Guerra, os judeus habitavam a maioria dos imóveis do bairro. Por conta do Holocausto, Uzupio ficou abandonado. Except, pelos "sem-teto", que trataram de ocupar as casas. Depois da independência da Lituânia, em 1990, artistas e bohêmios também começaram a squatting por ali. Hoje, cada rua e cantinho do lugar é uma permanente e dinâmica exposição de arte.


O primeiro mochileiro do mundo



Todo dia 01° de abril, data da independência do distrito, é preciso carimbar o seu passaporte (de verdade!) para entrar no bairro. A estampa do carimpo é a bandeira de Uzupis. É também a época em que o bairro fica (ainda mais) repleto de música, exposições, performances, etc e tal. Mesmo fora de época é possível carimbar o seu passaporte numa espécie de correios-galeria. Mas, por experiência própria, se você tem planos de ir para a Rússia é melhor evitar. O caramujo carimbou o dele e demorou um tempinho para ter a entrada liberada no país. Ao contrário de mim, que só ostentava um brochezinho na mochila. O resto dessa estória, a gente conta melhor depois...



Uma das 4 bandeiras de Uzupis (eles tem uma para cada estação, todas transmitem a mesma mensagem): a mão aberta e furada significa que tudo é aceito, pode entrar,é bem-vindo


 
 
  
  


O Anjo de Uzupis foi erguido no lugar de um monumento soviético. Simboliza liberdade e independência.





Pôr-do-sol mais lindo no quesito "inesperado" da minha vida


A Constituição fica exposta na rua e reflete (em) você


A consituição de Uzupio é um delírio. Ou um sonho.






Um pouquito mais de Vilnius:

                                      



Cepelinai: bolinhos em forma de zepelin feitos de massa de batata e recheados com carne e queijo 

Bulvës: mais batatas.Desta vez, com molho. Provamos por Bulvës+Cervejas que é muito melhor beber do que comer em Vilnius.


Sinceramente, não lembro pq fomos parar nessa passagem. Só sei que foi onde aprendi a minha primeira palavra em russo: suka! Which means bitch!

Vilnius da colina de Uzupios. Ao fundo a torre de tv palco de sangrentas manifestações anti-comunistas.

Reza a lenda que Napoleão viu essa igreja e disse: Escândalo! Quero uma igual em Paris


A galera da walking tour saindo do bar tradicional pertecente a uma comunista ferrenha- até hoje. Cervejas artesanais deliciosas. Da esquerda para a direita: o canadense, a austríaca, os alemães, os suíços e os brasileiros.



į sveikatą!

Úrsa.


 








Um comentário:

  1. A-do-rei esse post, Babetinha. Tava com saudades dos Eurekers!

    sMUUUUUUUack!

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